Em convenção nacional em
Brasília, o PSDB elegeu nesta 6ª feira (31.mai.2019) o ex- ministro e
ex-deputado federal Bruno Araújo (PE), 47 anos, como o 12º presidente nacional
do partido. O tucano sucede o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, para
1 mandato de 2 anos (2019-2021).
Bruno foi deputado estadual
por 2 mandatos e deputado federal por 3 mandatos. Em maio de 2016, no governo
do presidente Michel Temer, licenciou-se da Câmara e assumiu o Ministério das
Cidades. Nas eleições de 2018, concorreu ao Senado por Pernambuco, mas ficou
apenas com a 4ª posição diante das duas vagas em disputa.
A vitória de Araújo foi costurada por seu aliado mais poderoso, o governador de São Paulo
João Doria, que tomou o lugar de Geraldo Alckmin na forte zona de
influência paulista do partido.
Sob o mandato de Araújo, o
partido deve viver a transição do antigo para o “novo PSDB” encampado por
Doria, e tentará deixar para trás anos de instabilidade interna.
Em seu discurso, o novo
presidente da sigla disse que o PSDB pagou “algum preço” por
suas “hesitações” no passado. Segundo Araújo, o maior objetivo do
partido agora será o de “assumir compromissos firmes”.
Segundo o tucano, o PSDB vai
analisar se fechará questão pela reforma da Previdência, que tramita na Câmara
dos Deputados.
“O PSDB vai, através da sua
Executiva, não sinalizar o que pensa, não formalizar uma moção, mas vai decidir
sobre o fechamento de questão pela reforma da Previdência”, afirmou. Ao fechar
questão, 1 partido determina que todos os congressistas da sigla devem votar no
mesmo sentido sobre a pauta.
ARTICULAÇÃO
PELO ‘NOVO PSDB’
Governando o maior Estado do
país, Doria se movimenta para se consolidar como o nome da sigla para a disputa
do Planalto em 2022.
A luta pelo comando do PSDB
está em forte ebulição desde 2017. O impeachment de Dilma Rousseff catapultou a
influência do então senador Aécio Neves, que presidia o partido, mas o grupo do
mineiro ruiu com a divulgação das gravações de suas conversas com o empresário Joesley Batista,
da JBS.
Obrigado a se licenciar para
cuidar de sua defesa, Aécio se viu alvo de fogo amigo de grupos tucanos que
queriam que ele “submergisse”. A ala que cobrava uma autocrítica
tucana teve suas intenções vocalizadas pelo senador Tasso Jereissati (CE), que
assumiu a legenda e chegou a divulgar 1 vídeo em que dizia que “o PSDB errou”, entre
outras coisas “ao ceder ao jogo da velha política”.
Aécio reagiu, destituiu Tasso e Geraldo Alckmin assumiu a sigla para ser 1
mediador. O sonho de calmaria teve 1 fim quando Alckmin não decolou na
disputa pelo Palácio do Planalto em 2018 e amargou a 4ª posição na corrida, a pior da história do partido.
Com a ascensão de Doria, a
linha de renovação deve se manter forte. Um novo Código de Ética foi aprovado
e atende aos anseios do novo grupo por punições mais duras em relação a
condenados filiados ao partido.
O novo Código prevê a
expulsão de políticos condenados criminalmente ou que tenham cometido
infidelidade partidária. Mas a máquina mineira já trabalha em prol de
Aécio. A defesa do grupo é a de que os crimes pelos quais Aécio é acusado são
anteriores ao Código de Ética e, portanto, não estariam sujeitos a sua régua.
O “fica ou expulsa” pode se
tornar o novo ringue dos tucanos, que ainda decidem se mudarão de nome e se
buscarão uma fusão com os “aliados históricos” – o principal deles o
DEM– para retomarem o antigo poderio às vésperas das eleições municipais de
2020.
Informações:
www.poder360.com.br
Fotos:
Sérgio Lima:
Poder360
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