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PSDB entrou com ação no Supremo Tribunal Federal contra a Lei de Segurança
Nacional (LSN). Para o partido, a lei descumpre preceitos fundamentais da
Constituição, em especial, o direito à liberdade de expressão. A bancada tucana
no Congresso pedirá urgência na aprovação de nova legislação que substitua e
torne ineficaz a LSN.
“O Brasil jamais poderá se dizer genuinamente democrático enquanto continuar a
perpetuar legislação cuja essência é restringir direitos constitucionais
pétreos”, afirma o PSDB na ação. “A Constituição de 1988 foi um momento
histórico de efetivo rompimento com aquilo que vigorava anteriormente”. A Lei
de Segurança Nacional é de 1983, quando o país ainda vivia sob o regime
militar.
A ação movida pelo PSDB é uma Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF) que sugere a suspensão da lei por, além da liberdade de
expressão (artigos 5º e 220 da CF), atentar contra o Estado Democrático de
Direito (artigo 1º), o princípio da legalidade (artigo 5º), o direito de
reunião (artigo 5º) e a liberdade de associação (artigo 5º).
O partido também questiona os atos de prisão autorizados pela LSN, em
discordância com o previsto na Constituição Federal quanto aos dispositivos do
juiz natural, da prisão por autoridade judiciária, da competência da Justiça
Federal e da Militar, da incomunicabilidade do preso, além das atribuições da
Polícia Federal.
Na ação, o PSDB pondera ainda da Lei de Segurança Nacional seria inócua, já que
partes dela que, em tese, seriam “aproveitáveis” já são tuteladas por outras
normas como o Código Penal. “Assim, nenhum direito ficará desprotegido”.
Segundo o ADPF, a lei - fruto de um regime autocrático - apresenta tipos penais
extremamente vagos, elaborados propositalmente para garantir que o Poder
Executivo possa manejar a norma para proteger aqueles que estão em cargos de
relevância e, de outro lado, perseguir os críticos.
“A LSN é um ato normativo impregnado de espírito autoritário. Um compromisso
social genuíno com a ordem constitucional democrática, portanto, não admite o
“remendo” de medidas que podem ser utilizadas de forma autoritária, mas exige a
verdadeira criação original de normas protetivas do Estado Democrático de
Direito”, afirma o PSDB.
Assessoria
de Imprensa do PSDB-PE
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